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Enfermagem tem papel fundamental na prevenção de risco de suicídio

No Brasil, são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos.

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05.09.2023

Neste mês de setembro, marcado pela campanha Setembro Amarelo, dedicada à prevenção ao suicídio, o Conselho Regional de Enfermagem de Rondônia (Coren-RO) ressalta a importância da vida. O suicídio é uma triste realidade que atinge pessoas de todas as idades em todo o mundo. É nesse cenário que os profissionais de enfermagem emergem como atores importantes na identificação de risco de suicídio, acolhimento humanizado a pacientes em sofrimento psíquico, oferecem suporte emocional, ouvem atentamente suas preocupações e medos. Além disso, podem desempenhar um papel-chave na coordenação do cuidado multidisciplinar, trabalhando em conjunto com outros profissionais.

De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos. É uma realidade assustadora, pois os registros vêm crescendo, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais. Após a depressão, o transtorno bipolar e o abuso de substâncias são as principais causas dos suicídios. O suicídio é responsável por mais de 800 mil mortes – o que equivale a um suicídio a cada 40 segundos, aponta o MS.

Com as competências forenses, os enfermeiros e enfermeiras que atuam nessa área podem prestar assistência em lesões por suicídio e psiquiatria. São profissionais fundamentais na prestação de cuidados de saúde emocional e psicológica, podendo oferecer apoio emocional aos pacientes em crise, ouvir atentamente suas preocupações e direcioná-los para profissionais de saúde mental, quando necessário. A Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada para o cuidado, podem ser os primeiros a perceber os sinais de que uma pessoa cogita suicídio.

Segundo Manoel Neri, presidente do Coren-RO, que esteve à frente da gestão do Conselho Federal de Enfermagem durante o processo de reconhecimento da especialidade da enfermagem forense e foi um dos grandes responsáveis pela regulamentação da área no Brasil, os profissionais de enfermagem não se limitam apenas ao cuidado físico, eles também oferecem suporte emocional e orientação sobre como buscar ajuda e apoio. “A enfermagem é essencial na linha de frente dessa luta, podendo ser um farol de esperança e apoio para aqueles que mais precisam”, diz Neri.

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) possui um canal com enfermeiros da saúde mental, que podem ajudar e mostrar um caminho para a continuidade da vida, apesar do sofrimento. O Cofen também possui um programa chamado Enfermagem Solidária, que oferece apoio emocional para enfermeiros, técnicos, auxiliares, estudantes e membros do Sistema Cofen/Conselhos Regionais. Mais prático do que nunca, agora o atendimento é realizado por meio da multiplataforma CofenPlay. A iniciativa, coordenada pela Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Mental do Cofen, tem a participação de enfermeiros especialistas, mestre e doutores em Saúde Mental.

SUS – O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza atendimento para pessoas em sofrimento psíquico por meio dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). A assistência é prestada em diversos níveis de complexidade, com destaque para os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), em suas várias modalidades, que são pontos estratégicos na RAPS. Esses serviços de saúde, de natureza comunitária e aberta, são compostos por equipes multiprofissionais que adotam uma abordagem interdisciplinar em seu atendimento.