Minicursos técnicos, apresentação de trabalhos científicos e palestra marcam o segundo dia da 31ª Semana de Enfermagem

Atividades reforçam a importância da qualificação contínua e da produção científica para o fortalecimento da enfermagem em Rondônia

20.06.2025

Na manhã desta quinta-feira (19/06), no Catuai Hotel em Cacoal, os participantes da 31ª Semana de Enfermagem do Coren-RO participaram de uma programação intensa de minicursos voltados ao aprimoramento técnico e ético da profissão. Realizados simultaneamente entre 8h e 12h, os minicursos foram divididos em quatro salas temáticas, com conteúdos voltados para áreas críticas da assistência. O minicurso “Suporte Básico de Vida – SBV”, conduzido pelo Enfermeiro Douglas Tassaro da Silva, abordou as principais condutas em situações de parada cardiorrespiratória (PCR), incluindo técnicas de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) em adultos, crianças e lactentes, além do uso do Desfibrilador Externo Automático (DEA) e manobras para desobstrução das vias aéreas (engasgo/OVACE). Já a técnica de Hipodermóclise foi o foco do curso ministrado pela Enfermeira Ivana Annely Cortez da Fonseca. O conteúdo abordou o uso da via subcutânea para administração de fluidos e medicamentos, uma alternativa importante especialmente no cuidado com pacientes idosos ou com dificuldades de acesso venoso, ampliando o repertório técnico dos profissionais. Na área ética, a enfermeira Amanda Daiana Pontes, coordenadora da Comissão de Ética do Coren-RO, conduziu o minicurso “Aspectos Éticos e Legais na Anotação de Enfermagem”, reforçando a anotação como instrumento legal e essencial para a segurança do paciente e proteção profissional. A capacitação abordou desde a estrutura correta do registro até erros frequentes, como abreviações indevidas e falhas de identificação. A instrutora destacou que “o que não está registrado, legalmente, não foi feito”. Encerrando a manhã, o minicurso “Atendimento Pré-hospitalar no Trauma”, com o Enfermeiro Maico Antonio Calisto, trouxe atualizações e protocolos para atuação em ocorrências graves, como acidentes e ferimentos críticos. O conteúdo incluiu avaliação rápida, controle de hemorragias, imobilizações e estabilizações de pacientes em situação de trauma.

Trabalhos científicos

Paralelamente à programação de capacitações, ocorreu a apresentação dos Trabalhos Científicos, com foco nos eixos “Saúde Mental e Qualidade de Vida no Trabalho da Enfermagem” e “Formação, Capacitação e Educação Permanente em Saúde Mental para o Cuidado do Profissional de Enfermagem”. Os trabalhos apresentados são frutos de pesquisas, relatos de experiência, TCCs, dissertações e estudos clínicos, avaliados de forma imparcial por meio do sistema de avaliação às cegas. A apresentação foi feita em formato de comunicação coordenada, sendo obrigatória a inscrição do relator responsável.

Palestra sobre Intervenção em crise

Já na parte da tarde o evento contou com a palestra “Atendimento em Saúde Mental – Intervenção em Crise”, ministrada pela enfermeira especialista em urgência e emergência Mara Bastos, coordenadora da residência de Urgência e Emergência, docente universitária e conselheira e coordenadora NEP do Coren-RO.

A palestrante trouxe uma abordagem técnica e sensível sobre o conceito de crise, definida como uma experiência humana natural relacionada ao esforço de equilíbrio entre o indivíduo e seu entorno. Segundo ela, reconhecer os sinais de uma crise — como reações emocionais intensas, estratégias ineficazes de enfrentamento e desorganização emocional — é fundamental para que os profissionais de saúde possam oferecer um cuidado seguro e acolhedor.

Durante a apresentação, foram detalhados os principais elementos para reconhecer uma pessoa em crise, bem como as reações emocionais e cognitivas esperadas nas primeiras horas e semanas após um incidente crítico. Ela destacou ainda a importância da comunicação terapêutica, com orientações sobre como garantir a segurança da equipe e do paciente, formar vínculo e ajudar a organizar pensamentos e buscar soluções — sempre sem emitir julgamentos ou conselhos diretos. Outro ponto de destaque foi a avaliação de risco de agressividade, com exemplos visuais de sinais como postura corporal tensa, discurso ameaçador e atividade motora agitada. Para ilustrar a abordagem prática da contenção mecânica, a palestrante convidou voluntários da plateia para uma simulação. Durante a atividade, ela apontou falhas comuns na execução da contenção e demonstrou a forma correta de posicionamento da equipe, em formação semicircular, respeitando as linhas de abordagem — cintura, membros inferiores e tórax. “A intervenção em crise deve ser planejada com empatia, técnica e respeito à dignidade do paciente. O profissional de enfermagem é peça-chave para garantir um atendimento ético, seguro e humanizado mesmo diante de situações críticas”, destacou a palestrante.